A história
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O naufrágio de um dos barcos da companha de Manuel da Silva Sapateiro, na manhã de sexta-feira de 15 de Novembro de 1907, foi o maior desastre com perda de vidas de que há registo nos anais da praia, e constituirá para sempre um marco histórico na memória coletiva dos pescadores da Praia da Vieira.
Os nomes dos pescadores mortos, ou feridos no naufrágio são o triste epitáfio de uma época marcada pela mais extrema miséria, aceite com fatal resignação pela simplicidade e humildade das gentes da praia, vergadas ao seu amargo destino, obrigadas a pagar ao mar com o oneroso tributo das suas vidas, o amargo pão de cada dia.
O luto pelos mortos, veio ensombrar ainda mais a já negra e miserável existência daquelas pobres gentes, "os párias do mar", como Aquilino Ribeiro os apelidou, no seu romance "A Batalha Sem Fim".
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Especialistas e eruditos locais como Hermínio de Freitas Nunes, mais do que como discentes, são sobretudo necessários, como docentes ou investigadores, em quaisquer escolas que de facto queiram sair de si próprias e ser capazes de estudar algo mais do que o seu próprio umbigo. Que pode haver, de resto, mais interessante do que a história de homens verdadeiros - homens corajosos - que é a história dos pescadores...? | |
A descrição do acidente marítimo é relatada por Francisco Oneto Nunes, na obra “Vieira deLeiria-A História, O Trabalho, A Cultura”, que lembra as palavras do escritor vieirenseAntónio Vitorino sobre o assunto. É referida a tensão “quando os homens dentro do barco seapercebem de que estão à beira do desastre, sempre seguidos na sua angústia por aqueles outros que estão em terra sem lhes poderem acudir”.
Enquanto uns caíram ao mar com o impulso da onda e nadaram, outros ficaram presos no barcoabalroado e morreram, fazendo com que este trágico acidente fosse perpetuado, pelos pioresmotivos, na memória da população de Vieira de Leiria. Um século depois, em 15 de Novembro de 2007, a Câmara Municipal da Marinha Grande homenageou os bravos homens que perderam a vida nesse naufrágio, erigindo junto do "Monumento ao Pescador", uma escultura em honra dos 13 bravos que constituíam a tripulação do “Salsinha”. |
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
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